Estranhamente, apesar de Morgan Tsvangirai, líder do Partido opositor da ZANU-PF ter sido, ontem, detido duas vezes sem que acusação alguma lhe tenha sido imputada, para o Secretário Executivo da SADC, Tomás Salomão, não há crise política no Zimbabwe.
A segunda volta das eleições zimbabweanas estão marcadas para 27 deste mês, numa altura em que o Secretário Geral do MDC- Movimento para a Mudança Democrática, é acusado de traição pelo regime de Robert Mugabe. Thenday Biti corre o risco de ser sentenciado à pena de morte de acordo com o noticiário, desta noite, da RTP Internacional.
Ivone Soares
sexta-feira, 13 de junho de 2008
O Secretário Geral da SADC diz que não há crise política no Zimbabwe
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4 comentários:
O conceito de traição à Pátria do regime da Zanu/Mugabe é, ...caricato.
São manobras de intimidação e agressões pessoais, com vista ao desmantelamento da oposição, e amedrontação do eleitorado.
Quem não se lembra do exemplo do Povo de Timor-Leste, por alturas do referendo, ainda debaixo da pata do regime opressor Indonésio.
Grande lição de coragem.
Que cenários o ilustre vislumbra?
Ivone
Infelizmente não vejo a repetição da lição de Timor.
E as forças em presença eram incomensuravelmente mais desfavoráveis ao Povo de Timor.
A Indonésia, e a sua ditadura de então, eram muito mais fortes e tenebrosas que o actual Zimbabwe, e a sua também ditadura.
A favor do Povo de Timor havia uma luta armada contra um ocupante estrangeiro, que nada respeitava da cultura e tradições do Povo Maubere.
Também houve um enquadramento internacional que foi habilmente aproveitado pelos dirigentes Timorenses (nomeadamente Ramos Horta, o rosto visível), da Igreja Católica (Bispo Ximenes Belo), e dos vários Governos Portugueses.
O Zimbabwe está num enquadramento mais desfavorável.
O cinismo calculista de vários dirigentes no poder em países da região, vão permitir que, de uma forma ou outra, o regime de Mugabe não vá cair pelo veredicto popular.
Daí toda esta impunidade. Este atropelo constante das mais elementares regras civilizacionais.
Não há quaisquer condições para se realizarem eleições livres.
O terror está instalado.
Se porventura, mesmo assim, a oposição ganhasse, teria que ser por margem bastante grande para colmatar os descontos das fraudes, porque uma vitória com pouca margem será imediatamente transformada em vitória do regime.
Infelizmente, e com os parâmetros de conhecimentos que tenho hoje, a oposição vai perder sempre.
Porque se ganhar folgadamente pela via eleitoral, o que não acredito face ao clima instaurado, perderá pelo massacre que se lhe seguirá – o regime vai ripostar com violência armada, e haverá novamente a perseguição da oposição, e custa-me dizê-lo, o reforço do domínio dos Shonas, face aos Matabeles.
Desculpa pela resposta tardia ilustre. Já que a escola é a mesma não custa duvidar que a reacção fosse diferente da Mugabiana...
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