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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Matsangaíce não passava despercebido na proa dos Frelimistas

"Vaticina irmão de André Matsangaíce

Em Moçambique pode haver uma nova revolução

“A hegemonia económica e do poder nas mãos da Frelimo pode abrir campo à nova revolução” - afirma Luís Garife Matsangaice, ex-deputado da Renamo e também irmão do fundador da “perdiz”, André Matsangaice, para quem a Renamo nunca voltará às matas, mas um eventual “Tomocene”, insatisfeito com a distribuição da riqueza entre a elite frelimista, pode empreendê-la. Entrevista conduzida por Adelino Timóteo (*) - especial para o «Canal de Moçambique» e «Semanário ZAMBEZE»

Vila de Manica (Canal de Moçambique) - Na fronteiriça Vila de Manica, numa residência pacata anexa à Delegação da Renamo, está o domicílio Luís Garife Matsangaice, irmão do comandante André Matsangaice, o fundador da Renamo. Não o conhecíamos pessoalmente, muito embora ele tivesse sido um dos deputados da “perdiz”, na legislatura passada. Tudo aconteceu aquando da nossa viagem a Vila de Manica, onde nos chamou atenção um cerco em arame, em cujo interior estão afixadas no chão esculturas trabalhadas a partir de árvores por um escultor nacional anónimo. Aliás, neste lugar há um trabalhador que cuida da conservação do local, mas nada explica a respeito do mesmo. O local (Mutchedzu) não passa despercebido até ao cidadão mais incauto. Foi depois de o interrogarmos que ele nos remeteu a Luís Garife Matsangaice, que afinal é o irmão daquela figura incontornável da Renamo. Isto suscitou-nos alguma curiosidade. Tivemos que percorrer 20 quilómetros, até que chegamos a casa que acolhe Luís Matsangaice. Quando lá chegamos deparamo-nos com o velho, neste momento enfermo. Tentou esquivar-se de nós a troco do conforto que o anonimato lhe traz, mas lhe rogamos muito encarecidamente que falasse de si, do comandante André Matsangaice que se mantém um mito mas de quem pouco se fala, mesmo ao nível da liderança da “perdiz”. Os factos acima, mas a relevância de ele ser agora quem encabeça a família Matsangaice, foram o mote que nos conduziram a esta entrevista, que reputamos um contributo a história contemporânea de Moçambique. Dele ficámos a saber da geonalogia dos Matsangaice, de que subjaz alguma motivação que o movera a voltar-se contra Samora Moisés Machel.
Eis a seguir as partes mais relevantes da nossa conversa:

P (Adelino Timóteo) - Em primeiro lugar gostaríamos de saber quem é Luís Garife Matsangaice?

R (Luís Garife Matsangaice) - O que posso dizer é que não estudei. Meu nome é Luís Garife Matsaingíce, nasci em 1925, a 15 de Agosto, dia da Nossa Senhora, aqui em Manica, em Simbarindenga, mesmo próximo àquele lugar vedado de arame que dispõe de esculturas em tronco de árvores. Aquele lugar ali chama-se Mutchedzu, ou seja, lugar da conversa.

P - Qual é a origem da sua família?

R - Nós éramos quatro: o primeiro era Alberto Garife Matsangaíce, a segur vinha eu (Luís Matsangaíce), depois o André Mathadi Matsangaíce Dyuwayo e o mais novo é Oliveira Matsangaíce. O Nosso pai era Garife Matsangaíce, nascido em Zimbabwe. Vieram para aqui à busca de trabalho, nos anos 1800. Vieram como pastores de gado, para Vila Pery. Aqui ficaram e nunca saíram. A minha mãe é de Vila Pery, Chimoio, Muzungua. Em Zimbabwe temos origens em Mutassa, regulado de Zimbabwe.

P - Como nasce a ideia de resistência em seu irmão?

R - Os nossos bisavôs saíram da Africa do Sul para Rodésia. Aqui o meu avó Matsangaice nasceu. O meu bisavó chamado Mutabula Saungueme saíu da Africa de Sul para Mashonalândia e Chimanimani. Tinha a força dele. O Mutassa fez confusão com Makoni, quando o Mutassa perdeu, pediu o Saungueme para o ajudar na luta contra o Makoni. O Makoni perdeu, o Mutassa ganhou e deu ao Saungueme uma área chamada Tsingue, em Penalonga. Em suma, com a morte do comandante Mutabula Saungueme, passou um tempo até que surgiu o André, que combateu na guerra da libertação. De regresso ele foi afecto ao Dondo, tinha carro, apareceu em minha casa com os seus comandantes e tropas.
André era major, era comandante do paiol do Dondo, tendo então me dito o seguinte: “a pessoa que vai lutar com o Samora, eu vou matar. Tirou um revólver que tinha na cintura e lançou-o no ar e voltou a segurá-lo”. Eu fiquei perturbado. Não sabia o que significava aquele gesto, nem as suas palavras.
Depois de uma semana, eu ouvi que o André ficou preso porque tinha a tropa dele e roubou (parece já se tinha preparado para lutar contra o Samora – afinal ficou evidente que a pessoa que ia lutar contra o Samora era ele). Viemos a saber que ele fugiu. A caminho da Rodésia do Sul (hoje Zimbabwe) antes eles passou por minha casa. Tivemos uma conversa. Eu lhe perguntei: “André, como você irá viajar à Rhodesia? André disse que ia levantar uma guia. Estavam todos, a Polícia e a tropa, à procura do André, mas ninguém foi capaz de apanhá-lo, quando o mesmo André foi a Manica para junto da polícia adquirir a sua a guia-de-marcha.
Devo sublinhar que à saída de Sacuse, em Outubro de 1976, ele juntou os amigos e foram a Rhodesia , onde permaneceram pouco mais de um mês.
A 4 de Janeiro de 1977, às 19.30, o André e amigos voltaram com armas, (deu um naco de carne a minha mulher.)
No dia seguinte às 9h30 foram de machimbombo que saiu de Manica para Chimoio e despararam um tiro. Nunca mais voltei a encontrar-me com ele.

P - Como é que foi após os acontecimentos de 5 de Janeiro?

R - Começou a guerra que durou 16 anos. No dia 5 de Janeiro foram presos 8 membros da família Matsangaice pelo governo – Helena Matsangaice, Vitória Matsangaice, Tomondo Filho, Tomondo Pai, Oliveira Matsanguice Dyuwaio, Teresa Matsangaice, Augustinho. Ficaram 90 dias na prisão.
Depois deste acontecimento, sucedeu o que todo mundo sabe. Em pouco menos de um ano, André Mathadi Matsangaíce tinha sob seu comando cerca de um milhar de novos guerrilheiros em Odzi. A partir de Agosto de 1979, ele instala-se com os seus homens definitivamente em Moçambique. Ele mesmo constitui batalhões de 300, 250 homens, tendo-os espalhando entre Chinete, Mucuti, Mabate, Sitatonga, Muxungue e Chidoco em Manica e Sofala. O quartel-general ou centro das operações estabelece-se na serra da Gorongosa.

P - Quantos anos tinha André Matsangaice quando rebela-se contra o Governo de Machel?

R - Tinha 27 anos na altura, nasceu a 18 de Março de 1950 na Localidade de Chinhambuzi, em Chirara, Distrito de Manica.
André não tinha esposa, morreu no 17 de Outubro de 1979, sem deixar filhos. André é mau e às vezes aparece espiritualmente.

P - Está a dizer que o seu irmão aparece, mesmo depois de morto?

R - Sim, ele aparece e dá ordens. O André foi maluco. Vinga os outros. Às vezes aparece o espírito dele em casa, no hospital. O André aparece como espírito em Tsingue, o que é testemunhado pelos amigos. Não tenho explicação porque tem este espírito.

P - A curta trajectória política de André Matsangaíce está ainda por escrever. Porquê considera o seu irmão de mau?

R - É uma forma de dizer no sentido positivo do termo, pois tinha uma atitude bastante firme e determinada. Era destemido. Ele juntou-se à FRELIMO em 1970, tendo feito os treinos militares em Nachingwea, na Tanzania. Não passava despercebido ao nível da proa dos “camaradas”.
Em Setembro de 1975 foi detido e posto no campo de reeducação de Sacuze. Foi em Sacuze onde André Mathadi Matsangaíce Dyuwayo emergiu como um nacionalista, contestando o marxismo-leinismo, o sistema político então vigente no país. Foi em Sacuse que ele iniciou, corajosamente, só, uma verdadeira guerra de armas. Por causa disto tudo fiquei sem nada. Tive que oferecer um boi ao primeiro governador Moiana (NR.: José Moiana, governador de Manica) para facilitar o processo. A minha esposa morreu na prisão.

P - A essência guerreira vem apenas dos antepassados?

R - Eu tenho uma filha e outros familiares que fizeram parte do CIO, no Zimbabwe. Os nossos familiares sempre foram das tropas. A minha filha escapou ao massacre de Inhanzónia. Ela é malandra, tem 50 anos, e está integrada no exército do Zimbabwe.

P - Porquê o André iniciou a guerra, será que se desentendeu com o Samora Machel?

R - Não sei. Um dia, André veio ter comigo e disse: “não posso trabalhar com pessoas que não deixam outras pessoas trabalhar. Porquê não posso construir uma casa para a minha mãe, ter gado...? Provavelmente era um conflito ideológico.

P - A cada ano comemora-se a 17 de Outubro mais um aniversário do desaparecimento físico de um homem. Neste ano irão passar 29 anos desde o dia em que André Matsangaíce, bandido para uns, herói nacional para outros, morreu. Valeu a pena a guerra desencadeada por André?

R - Até um certo ponto valeu. Porque não eram boas as imposições da guia-de-marcha, a machamba de povo, não permitir que se rezasse nas igrejas.

P - Qual é a religião que professam?

R - A familia Matsangaica é toda católica.

P - Ao pé de Matchezu, um dos factos que constatamos, o senhor Luís está empenhado na formação do homem do amanhã, sendo que o atesta a escola que construiu aqui em Manica. Donde vem esta inspiração?

R - Construí a escola comunitária em 1994, com três salas, um campo de futebol, cinco furos de água e biblioteca, sendo que os alunos – frequentam-na, gratuitamente. Quando comecei a escola tirava o dinheiro do meu bolso para pagar os professores. Mesmo que fosse o dinheiro doado por pessoas próximas, eu nunca lhes disse, mas é com ele que eu pagava salários aos professores.
Estive em tempos na África do Sul, onde aprendi que as crianças precisam de ensino para criar a sua própria vida.

P - Onde estudou o André Matsangaice?

R - André estudou até ao segundo ano do Jéqua, hoje Instituto Agrário de Chimoio (IAC). Ele também estudou ao longo de cinco anos no Zimbabwe.
Era pastor de gado, como qualquer criança que nasce no meio rural. Não gostava de ver os outros a sofrerem, gostava de com os outros partilhar o que ele tinha. Era bom para as pessoas, embora não escondesse algum nervosismo. Tinha um bom coração, não obstante era pouco tolerante.

P - Luís Matsangaice é um velho devotado à causa nacionalista e à formação académica e religiosa das crianças. Tinha consigo um arquivo, que nos exibiu. Havia nele um documento e um jornal do tempo colonial, que atestam as suas obras. E prossegue:

R - Esta é a Carta que um Padre me escreveu, como Ancião da Capela Escola de Revuè, onde sublinha que eu “tenho sido um entusiasta animador da promoção humana e cristã na área da sua escola. A ele se deve em grande parte, a construção da igreja de Revuè. Juntou as suas economias e a muita simpatia que goza entre os africanos e europeus. A ele se deve a plantação de eucaliptos e vários projectos para valorização da sua terra. Homens assim honram o povo de Moçambique e a nossa pátria”, O superior da Missão de Cristo Rei, Jécua, Vila Manica. 20-4-1974.
Ainda sobre mim, há referências no «Notícias da Beira», de 17 de Julho de 1973, que fala da “história singular de um homem simples - Construiu uma capela para agradecer a Deus”. Tentando repetir a odisseia anterior, em 23 de Junho de 1993, como regista o «Diário de Moçambique», lancei-me na aventura para conseguir fundos para construir uma capela para a igreja católica. Realizei uma marcha entre Manica e Beira. Quase não consegui fundos.

P - Chegou a reaver os seus bens que foram tomados pelo Governo após a independência?

R - No 15 de Setembro de 2006 a Assembleia da Republica se comprometeu, através de um ofício, a proceder a diligência junto do Ministério da Educação e Cultura para devolução da infra-estrutura (Capela), que me foi tomada, a qual passou para o controlo da APIE. Estou à espera que isto aconteça e que a Direcção da Educação e Cultura me compense pelos danos.

P - Neste país não é comum que um cidadão invista do seu bolso para erguer um espaço cultural. Queremos que aprofunde sobre a sua real motivação na construção de Mutchedzu, «o lugar da conversa», para que, inclusive, tem disposto de seus meios para mantê-lo.

R - Não tenho nenhuma explicação, mas tinha a impressão que devia fazer assim. Mutchedzu, como nome, talvez signifique uma trapalhada. Daqui para frente iremos ver o significa de Mutchedzu.

P - Vamos insistir com a pergunta. O senhor como uma personalidade experiente arrancou árvores do chão, destroncou-as, esculpiu-as, agora está a pintá-las. Não será tarefa vã. Mutchedzu será um sítio sagrado? O que há lá?

R - Lamento porque não fui à escola. Tenho a antiga primeira classe. Se fosse à escola, o sítio não ficava assim. Mas garanto que não se trata de nenhum tributo nem homenagem ao meu irmão André Matsangaice. O lugar da conversa, não vai ser um lugar onde se encontram os espíritos. Não. Este é um lugar turístico. Há um outro lugar, SIMBAREDENGA, onde se encontra a família e os espíritos.

P - Não muito distante de Mutchedzu está SIMBARENDENGA, que é um lugar onde então viveu a família Matsangaice. É uma área reservada ao direito de admissão, pois o terreno, de 40 hectares, pertence ao velho Luís Matsangaice. SIMBARENDENGA é um lugar envolto numa áurea mística, que reúne uma espécie de cripta em miniatura, com uma portinhola e em seu redor há um sem número de dejectos particulares de Matsangaice. Há pedra de Portugal, moagem manual, pilão, sucata de geleira, carroça de mover à mão. Perguntámos-lhe se não haveria dentro daquela cripta algum pertence de André Matsangaice, ao que o velho respondeu:

R - Não guardo nenhum objecto material, como roupa ou calçado, que me possa servir de lembrança do André. Não tenho nada dele, nem a Frelimo nem a Renamo me entregaram algum objecto pessoal. Às vezes lá vou para conversar com os meus antepassados e progenitores. Mas com o André a conversa tem como palco o sonho, nunca SIMBARENDENGA.

P - Sabe onde é o local onde estão depositados os ossos mortais de André Matsangaice?

R - Nunca encontrámos o corpo do André. Fomos a Gorongosa, mas de balde. A Frelimo queimou o corpo, isto está documentado. Eu tirei terra do sítio onde se deu o fatídico acontecimento e coloquei na biblioteca da escola comunitária.

P - Qual é o seu sentimento sobre a proibição de se erguer uma estatueta do André na Beira?

R - Só Deus saberá.

P - Sofreu mais retaliações por ser irmão do fundador da Renamo?

R - Como lhe disse, o Governo de Machel levou o que eu tinha: a capela, as árvores e a escola que construí mesmo aqui em Manica.
Antes de eu passar a viver aqui requeri nos anos 80 um terreno nesta Vila de Manica, o qual foi indeferido, por causa do meu laço de irmandade com o André. Falei com o administrador então que disse que a posição dos serviços administrativos não era correcta, daí ordenou que me cedessem este talhão cujo nome de registo é “Amor de Cristo”, sendo também, agora, o talhão que acolhe a delegação da Renamo em Manica.
Só muito mais tarde que requeri o terreno onde construí a escola comunitária com três salas de aulas. Aquando da atribuição do talhão, de 40 hectares, me perguntaram onde iria encontrar dinheiro para a construção, ao que lhes respondi: “DEUS há-de dar”. Portanto, já tenho meio caminho andado na construção de nova capela.

P - Qual é o significado do nome Matsangaice?

R - Matsangaice significa torrão de areia que se interpõe entre os dentes, quando se mastiga a comida, e daí, resultando grande barulho.

P - Depois que o seu irmão lançou a semente para a guerrilha, num sistema democrático o senhor Luís Matsagaice acabou sendo deputado. Sente-se um homem realizado?

R - Não me sinto mal. Pelo contrário, quero ver o fruto do sangue derramado. O que falta por concretizar é nós, como Renamo, constituirmos Governo na República de Moçambique. Seria uma forma de acoitar os espíritos daqueles que morreram na guerra de 16 anos. O meu pai foi o homem mais pobre da zona. Agora eu tenho bois e tenho oferecido crias às pessoas para fazerem a sua vida. Como é o caso de Eduardo Mulémbwè, Afonso Dhlakama, entre outros.

P - Acredita que Afonso Dhlakama poderá vir a ser presidente de Moçambique?

R - Tenho a confiança que o Dhlakama vai lá chegar. Não à guerra, pois ninguém mata o outro. Deus há-de ajudar a pô-lo no poder, pois não há injustiça nem mal que perdure por todo o sempre.

P - Como é que vê Moçambique de hoje?

R - Há mudança para aqueles que têm, mas está na mesma para aqueles que nada têm.
Este estado de coisas mudaria se se ajudasse àqueles que nada têm. Apoio é pouco.
Há pessoas que precisam de um pequeno impulso, que se lhes puxe um pouco para realizar os seus sonhos. Rezar faz bem às pessoas porque modifica-as. A escola também modifica-as.

P - Quanto dinheiro deverá ter gasto para construir uma escola – três salas, biblioteca, secretaria, cinco furos de água e latrinas?

R - Nunca contabilizei o dinheiro gasto junto da comunidade. Fiz desembolsos e a comunidade produziu blocos. As despesas hoje são arcadas pelo governo, que paga aos professores, mas não há carteiras para os alunos.

P - Diz que a insatisfação prevalece. Que a Frelimo mantém-se irredutível, manietando os processos para se perpetuar no poder. Acredita que poderá haver uma nova revolução em Moçambique?

R - Poderá haver, porque há muito abuso.

P - Na sua óptica, como irá nascer uma suposta revolução?

R - O abuso sempre continua, o governo não quer alternância, não tem fé que o outro possa subir. O poder económico e político está nas mãos de um punhado da Frelimo. Não pode continuar assim. Há um Tomocene que está atento a este tipo de injustiça e poderá reagir. Mas a nova revolução não irá nascer com a Renamo, que está comprometida com a Paz e democracia.

(Adelino Timóteo) - (*) Pesquisador e jornalista free-lancer


2008-02-05 08:11:00"

Entrevista extraída do Canal de Moçambique.

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