"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las!"
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

OSSUFO MOMADE, SECRETÁRIO GERAL DA RENAMO ENCONTRA-SE EM NAMPULA

Li, ontem, no semanário Magazine Independente datado de 03/12/08, página 2, uma notícia cujo antetítulo diz: "depois de ter sido feito refém na última sexta-feira, em Nampula", tendo de título: "SG DA RENAMO EM LUGAR INCERTO". Confesso que fiquei admirada e preocupada, por tratar-se de uma figura que conheço, telefonei-lhe esta manhã para saber se a situação reportada pelo jornalista Vasco da Gama era verídica. Por volta das 06:30horas, quando disquei o número do SG da RENAMO, este atendeu a chamada, tranquilamente, dizendo que recebera inúmeras chamadas de pessoas que o questionavam igualmente do seu paradeiro e frisou que se encontrava na sua residência, em Nampula, e que não confirma ter estado em cárcere privado, tão menos em parte incerta.


Ivone Soares

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

"How do we now deliver prosperity for our people?"

DUA PARTY LEADERS’ STATEMENT ON GLOBAL FINANCIAL CRISIS

The Party Leaders of the Democratic Union of Africa (DUA) held their Executive and annual general meeting from 22nd to 23rd November, 2008 in Accra, Ghana to evaluate the potential impact of the global financial crisis on Africa.

This conference with the theme “The Global Economic Crisis - How do we now deliver prosperity for our people?” discussed and resolved the following:

That the recent global financial crisis could potentially decrease loans/grants, reduce the prices of most primary commodities, decrease remittances from the Diaspora and have other effects.

That Africa should hold an Africa wide summit to prepare for the challenge ahead and agree a common position that will ensure:

The establishment of a new financial order that puts people ahead of profits and allows the full engagement of African countries in the design and implementation of the new system.
That Africa is better prepared for fuller participation in the financial decisions by investing more into education and research.
That Africa can develop a viable financial system based on mutual interest.

The conference specifically discussed and resolved the following:

From Poverty to Prosperity-Creating the right economic framework for success

Have democratically elected, accountable and transparent governments who vigorously pursue a zero tolerance policy on corruption.
Create a business friendly environment.
Promote the development of human resources through education and transfer of skills.
Exploiting and adding value of natural resources.
Have a balanced free and fair trade between all African nations and the rest of the world.
Open up Africa markets to Africans.

Investing in the future-delivering quality health care and education for all

Deliver the education to provide the skills that Africa needs..
Ensure the best use of the trained people that we have, by paying them properly and placing them in the right jobs to meet their skills.
Improve public health care through education, sanitation and improved nutrition.
Recognising the dreadful impact of HIV/ Aids and other diseases, properly funded health care and education must be a priority. This should be funded through an individual insurance policy to complement government efforts.

Peace and Prosperity-Ending conflict and restoring growth
Promote dialogue and the implementation of decisions/resolutions.
Build trust among stakeholders.
Strengthen civic and democratic institutions including having independent electoral commissions.
Provide responsible leadership that respects the rule and ensures the separation of powers between judiciary, executive and the legislature.
Ensure the effective management of natural resources that benefits the whole nation.

These actions have to be taken under good leadership based on core center-right principles of; belief in fiscal responsibility, free trade, enterprise, low taxes, belief in the family and belief that freedom comes with responsibility and that power should be in the hands of the people and not the government.


domingo, 23 de novembro de 2008

Democracia multipartidária em Moçambique: "UM JOGO DE CABRA CEGAS"

No dia 19 de Novembro, decorreram as 3ªs eleições autárquicas em 43 cidades e vilas autárquicas do país. A RENAMO, maior Partido da Oposição em Moçambique, com 90 Deputados na Assembleia da República, que detinha 5 das anteriores 33 autarquias, regista uma baixa naquilo que são os resultados parciais que a Comissão Nacional de Eleições vai divulgando.
Estas 3ªs eleições autárquicas, não obstante, terem sido caracterizadas por uma estranha afluência dos eleitores às urnas, contaram com algumas situações anómalas tais como desaparecimento de cadernos de eleitores em Mocuba, impedimento, por parte dos membros das mesas de voto, de eleitores procederem a votação na Ilha de Moçambique, eleitores de áreas fora do raio autárquico votaram em Dondo, por exemplo, entre outras irregularidades não menos importantes que os órgãos eleitorais do Partido de Afonso Dhlakama vêm denunciando nas comissões provinciais de eleições e a outros níveis.

Na AR- Assembleia da República quando se debatia a lei eleitoral, a Frelimo defendia que não importava o númenro de eleitores que fosse encontrado nas urnas, que todos os votos lá existentes seriam válidos.

O Governo, estranhamente, decreta tolerância de ponto em 128 distritos, quando as autárquicas abrangeriam apenas 43 municípios, no entanto quando há tolerância de ponto por ocasião do Id, ou Natal a tolerância de ponto é válida apenas para os muçulmanos e/ou cristãos. Porquê neste caso os 128 distritos tiveram tolerância quando as eleições eram em apenas 43 autarquias?

Outro aspecto não menos inquietante é o facto da CNE- Comissão Nacional de Eleições ter embalado, nos kits de votação, a deliberação 125 que preconiza que o eleitor que se fizer às urnas, mesmo que seu nome não conste nos cadernos elitorais (manuscritos e informatizados) se apresentar um cartão de eleitor pode votar!!!???

A lei concede imunidade aos delegados de candidatura, o que foi durante estas 3ªs eleições autárquicas, grosseiramente violado pela PRM- Polícia da República de Moçambique. Esta deteve delegados de candidatura da RENAMO em Maputo, Tete, Ilha de Moçambique entre outros locais.
É caso para dizer que a democracia multipartidária no país é um jogo de cabra cegas.

Ivone Soares

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

DAVID SIMANGO "HOMEM DE PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS"

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As “maquetas” de um David Simango “subjectivo”


O candidato a presidente do Município de Maputo pelo partido Frelimo, David Simango, é considerado como um homem de “promessas não cumpridas”que “desgraçou alguns professores” desta urbe, no tempo em que era Director da Educação da Cidade de Maputo.
Segundo fontes, Simango prometeu na ocasião, enquadrar os professores da Escola Comunitária da Polana Caniço “B” nos quadros da educação, contudo não chegou de cumprir com as suas promessas. Terá sido ele, dizem as fontes, que até inviabilizou a decisão do então ministro da Educação, Alcidio Nguenha, que num despacho de 1998, reconheceu aquela escola e deu instruções no sentido de enquadramento dos respectivos professores.
De 1998 a esta parte os professores, estão sem salários e a escola está a cair de podres. O mesmo acontece com a Escola Primaria da Polana Caniço “B”, que desde a época em que Simango era director até agora está sem carteiras, apesar de promessas de resolver que não chegaram a serem cumpridas.
Alguns professores, dizem que Simango evita encontros com eles, porque teme que seja questionado sobre muitos problemas que ele criou e os deixou, dai que muitos consideram-no como um “homem subjectivo”.
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Confira na fonte: Canal de Moçambique


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Polícia do Governo da Frelimo prende Padre?


O Jornal SAVANA de amanhã (pág. 18), já nas ruas, reporta a detenção do Padre António Manuel Estrada da Igreja católica que foi preso por, alegadamente, destruir material de campanha da Frelimo. O caso invulgar da detenção do Padre deu-se no posto administrativo de Amatongas, no Município de Gondola. Confira mais no referido jornal.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barack Obama leva os Democratas à Casa Branca

Barack Obama, 47 anos de idade, tornou-se no primeiro Presidente Afro-Americano dos Estados Unidos amealhando 51% dos votos contra 48% de John MacCain. Com 297 delegados, Obama deixa para trás a idéia que era lançada de que os EUA não estavam preparados para ter um Presidente negro.
Obama marca uma nova era nos Estados Unidos, era de esperança para todos aqueles que por vezes temem perseguir os seus sonhos. Obama venceu e convenceu, nestas eleições . No Quénia, país de onde é originário o pai de Obama, festejam esta vitória com euforia.


Obama, no seu discurso de vitória, disse que "a América é um lugar onde tudo é possível".

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Conheça Joseph H. Biden- Candidato Democrata à Vice Presidência

Joseph H. Biden nasceu a 20 de Novembro de 42 em Scranton, Pensylvania. Aos 29 anos tornou-se Senador e pela sexta vez representa, no Senado, o Estado de Delaware. Biden preside o comité de Relações Exteriores encarregue por aprovar os assuntos ligados com a política externa, o que inclui tratados, assistência humanitária e iniciativas sobre segurança nacional. Joseph Biden, pai de 3 filhos, tem cinco netos. Formou-se na "University of Delaware e na Syracuse Law School". Recorde-se que Biden era um dos candidatos à casa Branca, nestas eleições de 2008, tendo retirado a sua candidatura no término das primárias de Iowa (Iowa caucuses).

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Foto extraída daqui

Conheça Sarah R. Palin- Candidata Republicana à Vice Presidência

Sarah Palin, ex Presidente do Município de Wasilla, Alaska, presidiu a comissão do "Alaska Oil and Gas Conservation, organismo que regula recursos petrolíferos e combustíveis daquele Estado" é Governadora do Alaska, desde 2006, primeira candidata vice presidente feminina do Partido Republicano, tornou-se naquele ano a mais jovem líder feminina do Estado do Alaska.
Nascida a 11 de fevereiro de 64, em Sandpoint, Idaho, Sarah Palin, mãe de 5 filhos, formou-se na "University of Idaho".

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Foto Extraída daqui

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

RENAMO submete, à CNE, candidatura para Autarquias 2008

O maior Partido da Oposição moçambicana, RENAMO, submeteu, hoje, a Comissão Nacional de eleições a sua proposta de candidatura para participar nas eleições autárquicas de Novembro próximo. Com este acto, o Partido de Afonso Dhlakama pretende marcar um passo dianteiro na conquista de mais municípios sob sua gestão. Ficou, com este acto, feito o compromisso com os munícipes das 43 autarquias de que o exemplo de boa governação será transferido para as novas autarquias que esta formação política pretende governar.

Ivone Soares

segunda-feira, 28 de julho de 2008

QUAL SERIA O PRECO DO OURO NEGRO HOJE? 80 Dólares Americanos...

Jesus Reyes Heroles, administrador delegado dos Petróleos Mexicanos, confirma os cálculos de vários analistas e reitera que o preço do barril de petróleo, hoje, seria de 80 dólares amaricanos caso não houvesse tanta especulação a pressionar a quotação do ouro negro.

LEIA, em Italiano, Il Sole 24 ORE

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Ingrid Betancourt agradece Sarkozy

Ingrid Betancourt ( Activista Anti-corrupção, ambientalista, Senadora Colombiana e candidata a Presidência do Seu país) esteve em cativeiro durante seis anos. Desde 1 de Julho livre, Ingrid conta quão mal tratada fora pelas FARC. Diz ter suportado o cativeiro, apesar de ter sido tratada que nem uma cadela, porque queria ver de novo os seus filhos. "Resisti por eles"- disse Ingrid após estar em liberdade. Em breve Ingrid será recebida em audiência pelo Papa Bento XVI. Hoje é esperada pelo Presidente francês Sarkozy. Betancourt disse ao Presidente do seu país que agradece o esforço empreendido para libertá-la, mas promete continuar a corrida para a presidência.
Ivone Soares

domingo, 29 de junho de 2008

LEIA in MEU SER ORIGINAL: "O nosso problema em Moçambique é de liderança"

Que eleição!?

Tudo indica que a partir de hoje Robert Mugabe inicia mais um mandato na Presidência do Zimbabwe. Mas a mando de quem? De que povo?
Ivone Soares

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Está tudo a postos para a realização das eleiçoes?

A 19 de Novembro do presente ano terão lugar as terceiras eleiçoes autárquicas, no entanto, foi necessário o Observatório Eleitoral organizar, semana finda, um encontro que contou com a participação de várias organizaçoes interessadas em assuntos eleitorais, para o Director Geral do STAE anunciar que está tudo a postos. Dos 13 milhoes de dólares previamente aprovados pelo Parlamento Moçambicano, adicionado o número de autarquias de 33 para 43 coube-lhe ao STAE solicitar um acréscimo de 2 milhoes de dólares americanos. Boaventura Zitha quer que os órgãos eleitorais tomem atitudes transparentes e que a alocação dos fundos públicos para o efeito seja independente.
E se o Observatório Eleitoral não tivesse organizado este evento, quando teriamos o pronunciamento do STAE sobre a quantas vão os preparativos para as eleiçoes?
Ivone Soares

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Bispos Católicos radiografam o cenário político moçambicano


"Preocupa-nos a coacção de cidadãos a pertencer ao Partido"
(Entenda-se Partido Frelimo). Disseram os Bispos na sua missiva.

Clique duas vezes para ampliá-la.
Ivone Soares



Extracto da carta retirada do Diário

O Secretário Geral da SADC diz que não há crise política no Zimbabwe

Estranhamente, apesar de Morgan Tsvangirai, líder do Partido opositor da ZANU-PF ter sido, ontem, detido duas vezes sem que acusação alguma lhe tenha sido imputada, para o Secretário Executivo da SADC, Tomás Salomão, não há crise política no Zimbabwe.
A segunda volta das eleições zimbabweanas estão marcadas para 27 deste mês, numa altura em que o Secretário Geral do MDC- Movimento para a Mudança Democrática, é acusado de traição pelo regime de Robert Mugabe. Thenday Biti corre o risco de ser sentenciado à pena de morte de acordo com o noticiário, desta noite, da RTP Internacional.

Ivone Soares

quarta-feira, 11 de junho de 2008

JOVENS PREOCUPADOS COM HIV/SIDA

Aterrou, na manhã de hoje, em Nampula, o líder do maior Partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama. Jovens de todo o país deslocaram-se igualmente àquela província do norte de Moçambique para se beneficiarem de uma capacitação em matéria HIV/SIDA. Segundo Rui de Sousa, presidente da liga da juventude da RENAMO os jovens estarão debatendo a situação geral da pandemia, o facto de se registarem muitas mortes, não obstante tanta campanha feita. Rui de Sousa é categórico ao afirmar que a estratégia do Governo Central falhou e denuncia o défice existente entre a assistência médica e medicamentosa versus dieta alimentar.

Ivone Soares

terça-feira, 20 de maio de 2008

Xenofobia na África do Sul

Há uma semana que se fazem sentir actos de agressão e vandalismo as propriedades dos imigrantes moçambicanos e zimbabweanos residentes em Johanesburgo. É lamentável e condenável esta atitude tomada contra irmãos africanos. O rescaldo das vítimas destes actos condenáveis é de 22 mortos, centenas de feridos e cerca de 6 mil deslocados.
No Moçambique Para Todos, li um comentário, assinado por Idrisse Saiad, onde este traz alguns versículos Bíblicos do livro de Êxodo capítulo 23. Passo a citar: " 2: não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para perverteres a justiça; 9: Outrossim, ñ oprimirás o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra de "Moçambique". 27: Enviarei o meu terror adiante de ti, pondo em confusão todo povo em cujas terras entrares, e farei que todos os teus "amigos" te voltem as costas. 29: Ñ os expulsarei num só ano, para que a terra não se torne em deserto, e as feras do campo não se multipliquem contra ti. 30: Pouco a pouco os lançarei de diante de ti, até que te multipliques e possuas a terra por herança."

Poderei voltar a este assunto.

Ivone Soares

quarta-feira, 14 de maio de 2008

VAMOS ENCOSTAR OS COMUNISTAS

"Vamos encostar os comunistas, como Tsvangirai encostou Mugabe. Não vamos permitir que as pessoas nos dividam, porque estamos na recta final". Com estas palavras Daviz Simango, Presidente do Conselho Municipal da Beira- governado pela RENAMO, dirigiu-se à cerca de 3000 pessoas na Praça do Município aquando do seu regresso de Maputo onde recebeu outro prémio Professional Management Review.
"O trabalho de cada um de nós é muito importante. Não vamos permitir que nos roubem os votos. Não vamos permitir que nos humilhem na nossa própria terra. A Renamo tem que Governar" - rematou Simango.

Ivone Soares

domingo, 11 de maio de 2008

Novos contornos do caso espancamento, por 8 Polícias,do filho de um Deputado da Oposição


O julgamento do caso Zuber Luís Boavida, filho do deputado da Assembleia da República pela Renamo-União Eleitoral, Luís Boavida, foi sujeito a novas investigações, pelo facto das primeiras terem sido consideradas bastante incorrectas.
Luís Boavida, pai da vítima, disse ao Canal de Moçambique, que o advogado da causa, submeteu à juíza certos requerimentos, para novas averiguações no processo, tendo em conta que as diligências junto aos autos continham “bastante lacunas”. Segundo Boavida, o mais caricato do constatado no processo todo, era o facto de o mesmo “não conter menção aos oitos mentores da barbaridade, tendo apenas como réu um único agente da Policia”. Recorde-se que Luís Boavida disse ao Meu Ser Original que: "o rapaz estava a dormir e foi surpreendido com uma cacetada na cabeça e os polícias da Intervenção Rápida perguntaram:<ÉS FILHO DE BOAVIDA?> E ele disse que sim. Daí, estes polícias chamboquearam-no, pisaram-no e prenderam-no numa cela com cadastrados perigosos.
E até agora ninguém consegue dizer de que crime ele é acusado.

Boavida não tem dúvidas que a agressão ao seu filho tem a ver com a sua dissertação na Quinta-feira sobre a criminalidade em Moçambique. "É uma retaliação porque fiz uma intervenção sobre a criminalidade em Moçambique".
Leia as postagens que fiz num dos meus blogues onde denunciei, em primeira mão, este caso. Leia aqui e aqui.

Ivone Soares

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Aberração desvendada

Quo vadis Moçambique? A máscara finalmente caiu mesmo como diz o SAVANA de amanhã na página 5. Que fundos do Estado servem fins político partidários já vinha sendo denunciado, mas faltava esta máxima do jornal Notícias, para nosso bem, publicar fielmente o que vai acontecendo por encomenda de algum feito distraído que alerta a sociedade moçambicana, e aos financiadores do Orçamento Geral do Estado que ainda duvidavam desta crua realidade. Este é o cenário em que vivemos. Enquanto milhares de moçambicaos nem abrigo têm, os fundos do Estado servem a fins exclusivamente do Partido que os recebe. A Declaração de Paris dá autonomia aos Governos de decidir como e onde aplicar os fundos doados ao OGE. Em Moçambique isto significa, a meu ver, um autêntico financiamento do COMUNISMO. E assim vamos tendo os desniveis cada vez mais abismais entre quem pode e quem só vê a revolução verde no prato.
Ivone Soares



Anúncio extraído do Diário

quinta-feira, 1 de maio de 2008

RENAMO encerra candidaturas dos candidatos a candidatos

Encerrou, ontem, a candidatura dos candidatos a candidatos, pelo Partido RENAMO, à presidência dos Conselhos Municipais das Autarquias moçambicanas. Sabe-se que, em Maputo, há pelo menos três candidatos a candidatos ao Município da cidade capital, segundo revelou o Delegado Político Provincial da cidade, Jeremias Pondeca. Em breve, será conhecido o candidato da RENAMO que concorrerá para o cargo de Edil de Maputo.


Ivone Soares

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Txova xita duma

Txova Xita Duma é o nome com que Fernando Mazanga baptizou a sua rubrica no novo jornal denominado Escorpião. Leia o artigo número 1 do Porta-Voz do Partido RENAMO.

Tsvangirai, o ganhador, em Maputo
O Presidente do MDC, Morgan Tsvangirai, escalou a cidade que me viu nascer, Maputo, sob auspicios do presidente da Renamo Afonso Macacho Marceta Dhlakama, na manhã de 23 de Abril de 2008. Esta visita tem como pano de fundo as eleições Zimbabweanas que teimam em não ter resultados oficialmente divulgados. Tsivangirai teve encontros com o presidente Dhakama e o presidente Joaquim Chissano, esperando ter outro encontro com Armando Guebuza, por volta das 17.30(à hora do fecho deste artigo ainda não se tinha concretizado este encontro).
Ha crise politica no Zimbabwe, provocada pelas Eleições que foram ganhas pelo MDC (110 Assentos) e por Morgan Tsvangirai (52,8%), segundo Tsvangirai. mas que a Comissão Eleitoral do Zimbabwe e tutibiante para as divulgar. Corre-se para a recontagem de votos antes da divulgação dos resultados...
A situação e explosiva no Zimbabwe, que a qualquer momento pode trazer consequencias imprevisiveis para o Pais e para a região de um modo geral. Afonso Dhlakama, atento `a questão e porque quer paz na região, ha 15 dias que dialoga, via telefone, com o Presidente Tsivangirai como forma de procurar ajudar os Zimbabweanos a manterem a paz, mas tambem a respeitarem a Democracia. Estes telefonemas foram alargados por iniciativa do Presidente Dhlakama, ao ex-PR, joaquim Chissano e ao PR, Armando Guebuza , no sentido de sensibiliza-los na questão do Zimbabwe.
Em resposta aos apelos do Presidente da RENAMO, esta a visita que o Presidente do MDC esta a efectuar a Moçambique e os contactos que esta a ter com as duas individualidades que podem, querendo, influenciar Mugabe a reconhecer o veredicto popular nas eleições recentemente havidas no Zimbabwe.
Seja quais forem os resultados destes encontros tera valido apena a tentativa que o filho do Regulo Mangunde fez, demonstrou ao mundo que ele quer paz para o seu povo e para a Região, porque a degradação do estado de coisas no Zimbabwe tera implicações na Região e muito em particular para Moçambique. Estamos na varanda do Zimbabwe, pelo que nos sujeitamos às coisas boas e mas que ali ocorram. A sabedoria popular preconiza que não se escolhem vizinhos, mas pode se aconselhar o vizinho a tomar uma atitude de urbanidade e de convivencia social harmoniosa.
Encorajo e congratulo o Presidente da RENAMO por este feito, oxala consiga entrar em contacto com Mugabe, como disse ser sua intenção. Quem ler estas linhas e conhecer o numero de telefone do Presidente do Zimbabwe, por favor o envie por vias seguras ao presidente da RENAMO que há 15 dais tenta sem sucesso.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O POVO NÃO É CRIANÇA

Senhor Presidente da Assembleia da República

Excelência

Muito obrigado Senhor Presidente da Assembleia da República, antes de intervir sobre o assunto em debate gostaria de saudar todos os cristãos pela celebração da semana santa, momento de reflexão sobretudo quanto Deus tem nos proporcionado, o que o levou a entregar seu filho para que todos nós fossemos salvos dos nossos pecados.

Gostaria também de recordar a passagem do 1º aniversário do massacre de Malhazine ocorrido a 22 de Março de 2007 devido à negligência deste Governo que teme em manter ainda no posto o Ministro da Defesa responsável pelos engenhos assassinos, só apenas porque é cunhado do Chefe do Estado.

Queremos através de vós render homenagem às vítimas do Paiol de Malhazine e a nossa solidariedade às famílias que perderam os seus ente queridos e seus bens materiais.

Ao intervir no tema em debate alusivo ao custo de vida, gostaria primeiro de transmitir os nossos sentidos pêsames aos familiares de todos aqueles que foram vítimas das balas assassinas do Governo disparadas contra pessoas indefesas e que não tinham nada haver com as manifestações de Fevereiro passado, em Maputo, Chibuto, Chókwè e Chimoio.

2º.- Saudar as populações das Províncias de Maputo, Gaza, Inhambane e Manica por terem tido a coragem de dizer bem alto, basta de abusos e excessos do Governo, pois este demitiu–se do seu papel social o que criou condições propícias da subida galopante do custo de vida.

Indo concretamente ao tema gostaria de saber do Governo porque é que o combustível está mais caro em Moçambique do que em Países tais como Swazilândia e Malawi? Afinal Senhor Ministro, qual é o valor CIF do combustível nos portos moçambicanos?

O Malawi e a Swazilândia não tem portos, e importam os seus combustíveis através dos portos moçambicanos. De Beira para o Malawi e de Nacala para o Malawi há um percurso de mais de 700Km para chegar ás principais cidades daquele país do intherland,

Intriga –nos saber que apesar desta distância o combustível está a menos de 35,00 Mts preço praticado nas cidades com portos.

No nosso país zonas há onde o combustível é vendido a preço oficial de 41,00 Mt, 40,00Mt e 50,00Mt o Litro, refiro –me aos Distritos de Inhassoro, Lichinga, e Palma ao que pergunto: Como é que as populações daquelas parcelas do país poderão usar máquinas agrícolas para produzir comida e combater a pobreza absoluta?

Consultados alguns conhecedores da matéria, constata –se que: o combustível está mais caro em Moçambique porque para além da taxa de transporte e lucro das gasolineiras o Governo cobra várias taxas do mesmo produto, tendo a destacar os 5% da taxa de desalfandegamento, 7,00Mt que se aplica em cada litro, e 17% do IVA, estas taxas elevam o valor do combustível e para minorar o custo seria salutar eliminar ou isentar a taxa de 7,00Mt em cada litro de combustível devendo o Governo manter a taxa do IVA e de desalfandegamento, pois estas taxas são pagas ao mesmo Estado.

Assim teria combustível assecível tanto para os sectores económicos e sociais sem necessidade dos polémicos subsídios que colocam os transportadores a digladiarem –se com as suas Associações e Federação dos Transportadores.

É preciso que o Governo pense nos agricultores, nos transportadores de carga, nos pescadores etc, etc, pois eles precisam de combustível e a manter os preços ao nível em que estão os produtos agrícolas e outros dispararão pondo em causa a vida de todos nós.

Gostaria ainda de recordar que a negociação do salário mínimo por sector de actividade é bem vinda mas há que ter em conta que não será possível quantificar em receita o trabalho prestado pela polícia, professor, médico, enfermeiro, magistrado judicial e do ministério público e outros trabalhadores do sector público que garantem o funcionamento dos serviços do Estado.

Assim nestes e outros sectores de actividade melhor seria aplicar a fórmula: salário mínimo igual ou superior a 5% ou 10% do salário máximo praticado no sector. Aí teríamos no Aparelho do Estado como topo máximo o salário do Presidente da República, pois este é que representa o topo máximo dos funcionários do Estado.

Nas empresas privadas o topo seria o salário do PCA ou o Director Geral conforme o estatuto de cada empresa, só assim teríamos a justiça social estabelecida no nosso país, contrariamente ao que assistimos hoje onde PCAs recebem 100 000, 250 000Mt ou 25.000 USD mensais para além de regalias e mordomias em empresas ou instituições do Estado tais como: INAV, CFM,TDM,MCEL,GPZ e LAM.

Este exemplo prova que o Governo está muito preocupado em fomentar a burguesia selvagem pois não tem em conta que o bom desempenho das empresas e das instituições não é obra dos PCAs e Administradores mas de todos os trabalhadores.

A Senhora Primeira Ministra dizia que foi preocupação do Governo proporcionar habitação condigna ao Povo moçambicano, a pergunta que se faz é: quantas casa o seu Governo construiu para habitação das populações? Onde e quando foram construídas? É por falta de política de habitação que V.Excia e família estão em litígio com o Sr. Faruk Gadit, por causa da casa da Av. do Zimbábwe.

Como irão fazer Revolução Verde sem a mecanização agrícola? Como manter os tractores a produzir com altos preços de combustível? Ainda o Ministro da Energia falou de autocarros movidos a gás, gostaria de saber: quantos autocarros movidos a gás circulam no País? Em que cidades e em que troços? Que valor cobram aos passageiros?

Senhor Ministro até Fevereiro o combustível no Malawi custava 32.8Mt contra 35,00Mt nas cidades portuárias de Moçambique, mas é preciso ter em conta que o Malawi se situa a mais de 750 Km dos portos e se fizesse parte do território moçambicano de certeza que o combustível estaria acima de 45,00Mt, portanto Sr. Ministro não vale a pena mentir, o Povo não é criança.

Maputo, Março de 2008

Deputado António Pedro Muchanga- Bancada da RENAMO-UE

domingo, 23 de março de 2008

QUE O ESPÍRITO DA PAZ RESSUSCITE A CADA DIA

A Páscoa chegou!!!
Chegou lembrando-nos que nada é impossível nesta vida. Os milagres são possíveis e estão ao alcance das nossas mãos. Atingir objectivos é possível! Que a RENAMO será Governo é uma realidade que está mais ao alcance dos desígnios do povo.
Na Páscoa, vamos esquecer a amargura das guerras que assolam o mundo e vamos brindar à vida e à solidariedade entre os homens com a doçura dos bombons amendoados e com o calor do afecto Pascal.
A Páscoa é um instante de renascimento: renascimento para o amor, renascimento de todos os sentimentos nobres, renascimento do sonho de que um novo mundo, um novo Moçambique é possível. Vamos imaginar que cada ovo de Páscoa aberto agora signifique uma semente de tolerância, vamos sonhar que os seres humanos de todo o mundo troquem apenas bombas, mas bombas amendoadas de chocolate!
Um novo mundo é possível, sim! Eu também acredito! E a Páscoa chegou para nos lembrar disso!


Com os cumprimentos da Chefe do

Departamento de Relações Exteriores da RENAMO

Ivone Soares

quinta-feira, 20 de março de 2008

Dhlakama trabalha sul de Moçambique

O Líder da RENAMO está em Inhambane, Massinga. Desde Janeiro último que Dhkalama está trabalhando com as bases do maior Partido da Oposição no País, com objectivo de capacitar os quadros do Partido que dirige em matéria de Liderança, Filosofia Política da RENAMO, assim como aborda as políticas sectoriais. Em Massinga, Dhkalama caminhou desde o mercado até a Sede do Partido sita na Província de Inhambane., tendo arrastado consigo uma multidão que o seguia muito animada. O Líder da maior força política da oposição estará a orientar um seminário naquele ponto do país a semelhança do que iniciou na Beira.


Ivone Soares

quarta-feira, 5 de março de 2008

Presidente Dhlakama desgastado com políticas Ad-Hoc

O Líder da RENAMO, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, diz que a população moçambicana já tem o Poder nas mãos. Falando sobre as manifestações que tiveram lugar aquando do aumento dos preços do combustível e do pão, Dhlakama disse: "o povo já percebeu que o Governo existe para serví-los e não para se servir dele". Lamentou que em África seja considerado crime a contestação das políticas dos Governos. Dhlakama considera a solução de subsidiar alguns transportadores dos semi-colectivos, vulgo chapa 100, como tendo sido uma medida condenável. Referiu que "o Governo moçambicano usa no dia-a-dia políticas Ad-Hoc. Eles satisfazem-se em agradar a meia dúzia de transportadores", rematou Dhlakama. Tendo considerado ainda que o Governo da Frelimo, com estas subidas de combustível, está a prejudicar o sector da agricultura tido como a base de sobrevivência do povo moçambicano.

Sobre Linchamentos
O Líder do maior Partido da Oposição lamentou o facto da população encontrar os ladrões, entregarem-nos a Polícia e volta e meia verem-nos a passear a sua classe nas comunidades, por que são soltos pelas autoridades locais. Daí estas acharem haver colaboração entre o Governo a Polícia e os ladrões.
Como medida para acabar com a crescente onda de linchamentos e /ou privatização da justiça pelo povo, o Presidente da RENAMO, avança que as instituições de justiça devem funcionar.
Para Dhlakama, ninguém pode condenar as populações, pois não é vandalismo o que elas fazem, foi a forma que estas encontraram de reivindicar a ausência de justiça no País.
Finalizou dizendo "Eu Afonso Dhlakama e o meu Partido entendemos que estas más políticas da Frelimo é que ditam as manifestações populares."

Gabinete Central de Eleições da RENAMO Observa Censo Eleitoral

O Gabinete Central de Eleições da RENAMO deslocou-se a Província de Maputo, na manhã de ontem, para ver in loco a quantas vai o processo de recenseamento eleitoral de raíz em curso no País. No rol de males de que este processo enferma destaca-se:
  1. a fraca afluência das populações aos postos de recenseamento eleitoral;
  2. falta de brigadistas nos referidos postos;
  3. MOBILE IDs guardados em salas sem portas nem janelas, caso do posto da Escola Primária do Segundo Grau de Malhampsene, onde um dos brigadistas estava ausente, assim como o supervisor do processo. Neste posto a máquina encontra-se avariada e até o presente momento têm registados apenas 1888 eleitores.
O posto 75, ainda na Província de Maputo, localizado na Escola Primária Centro Piloto, viu o arranque das suas actividades, da segunda fase do censo eleitoral iniciaram no dia 27 de Fevereiro e desde o dia 27, até hoje, só recensearam 6 pessoas. Na primeira fase, o mesmo posto inscreveu 654 eleitores. Este posto não fugiu a regra, também tinha um brigadista ausente, sem justa causa, assim como o Polícia encarregue pela segurança do material de recenseamento eleitoral.

A Escola de Mabanja recenseou apenas 701 eleitores desde a primeira fase deste censo eleitoral.

Perante este cenário que se verifica um pouco por todo o país há que se questionar a Comissão Nacional de Eleições para quando uma supervisão do processo, uma vez que estamos a 10 dias do término do censo eleitoral de raíz.

Ivone Soares



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Presidente da RENAMO aterrou, ontem, em Maputo

O Presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, aterrou, na noite de ontem, em Maputo após um périplo por algumas províncias como Sofala, Nampula, Zambézia onde esteve a capacitar os quadros do maior Partido da Oposição em matéria de Liderança. A história e ideologia da RENAMO, assim como as políticas sectoriais foram igualmente abordadas.


Ivone Soares

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Afonso Dhlakama orientará, daqui a alguns minutos, um comício popular em Muhala Expansão

O Líder da RENAMO, Afonso Dhlakama irá orientar dentro de minutos um Comício popular em nampula. Seguir-se-á uma cerimónia com o regulado de Nampula. Prevê-se a presença de um número incalculável de simpatizantes e membros que afluirão ao local.
Ontem, terminou o curso de capacitação, de 2 dias, dos quadros do Partido oriundos das três Provincias do norte de Moçambique orientada pelo Presidente Dhlakama. Às 02horas da madrugada distribuiram-se os certificados.
Amanhã, prevê-se a deslocação do Presidente do maior Partido da oposição em Moçambique e sua comitiva para Quelimane, um dos bastiões da RENAMO onde será orientada uma formação dos quadros da RENAMO durante sensivelmente 3 dias.


Fonte: Chefe Nacional da Mobilização da RENAMO, Armindo Milaco.

Ivone Soares

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Juventude da RENAMO em Conferência Provincial


A Liga da Juventude da RENAMO da Província de Maputo está reunida, neste momento, para a eleição do seu corpo dirigente.
A Conferência está tendo lugar na Delegação Política Provincial localizada na Cidade da Matola.


Desloco-me para lá, donde trarei mais detalhes.
Ivone Soares

1º Suplemento- 10:20H/ A Conferência da Liga Provincial da Juventude da RENAMO na Província de Maputo está ainda a decorrer. Os pontos da agenda mais relevantes são:
i) Apresentação da mesa da Conferência;
ii) Verificação de mandatos e quórum;
iii) Apresentação dos candidatos e seus respectivos manifestos eleitorais;
iv) Escrutínio;
v) Divulgação dos resultados e
vi) Tomada de posse dos eleitos.

2º Suplemento- 11:30H/ Seis candidatos concorrem à Presidência da Liga da Juventude da RENAMO na Província de Maputo. Os manifestos que mais chamaram a minha atenção abordavam o combate ao HIV/SIDA e reposição dos valores ético-morais que a juventude perdera. Eusébio Américo Abílio, candidato do Distrito da Namaacha mostrou-se sobremaneira preocupado com a pandemia do século, dado que Namaacha é uma zona fronteiriça.
Sebastião Paulo Melembe, membro da RENAMO há 6 anos, considerou no seu manifesto ser de grande importância ter-se uma juventude responsável e fiscalizadora de todos os pleitos eleitorais. Por seu turno, Samuel Ricardo Ramos, pretende descentralizar a liga da Juventude dando maior autonimia aos Departamentos de Mobilização, Informação e Estatística. Referiu ainda que a Juventude que o apoia não quer mais uma RENAMO representada na Assembleia da República apenas com um Deputado da Província de Maputo.

3º Suplemento- 13:30H/ Dos 124 Conferencistas inscritos, votaram 118, tendo havido 6 abstenções. A Vitória foi para o Candidato Samuel Ricardo Ramos que deteve 58 votos contra26 de Sebastião Paulo Melembe e Eduardo Salomão Cossa com 09 votos. Eusébio Américo teve 08 votos e Agostinho Chabango obteve 06 votos a seu favor. Por último Absolone Júnior obteve 06 votos a seu favor. Tendo sido apurados 04 votos nulos e 01 em branco.






terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Matsangaíce não passava despercebido na proa dos Frelimistas

"Vaticina irmão de André Matsangaíce

Em Moçambique pode haver uma nova revolução

“A hegemonia económica e do poder nas mãos da Frelimo pode abrir campo à nova revolução” - afirma Luís Garife Matsangaice, ex-deputado da Renamo e também irmão do fundador da “perdiz”, André Matsangaice, para quem a Renamo nunca voltará às matas, mas um eventual “Tomocene”, insatisfeito com a distribuição da riqueza entre a elite frelimista, pode empreendê-la. Entrevista conduzida por Adelino Timóteo (*) - especial para o «Canal de Moçambique» e «Semanário ZAMBEZE»

Vila de Manica (Canal de Moçambique) - Na fronteiriça Vila de Manica, numa residência pacata anexa à Delegação da Renamo, está o domicílio Luís Garife Matsangaice, irmão do comandante André Matsangaice, o fundador da Renamo. Não o conhecíamos pessoalmente, muito embora ele tivesse sido um dos deputados da “perdiz”, na legislatura passada. Tudo aconteceu aquando da nossa viagem a Vila de Manica, onde nos chamou atenção um cerco em arame, em cujo interior estão afixadas no chão esculturas trabalhadas a partir de árvores por um escultor nacional anónimo. Aliás, neste lugar há um trabalhador que cuida da conservação do local, mas nada explica a respeito do mesmo. O local (Mutchedzu) não passa despercebido até ao cidadão mais incauto. Foi depois de o interrogarmos que ele nos remeteu a Luís Garife Matsangaice, que afinal é o irmão daquela figura incontornável da Renamo. Isto suscitou-nos alguma curiosidade. Tivemos que percorrer 20 quilómetros, até que chegamos a casa que acolhe Luís Matsangaice. Quando lá chegamos deparamo-nos com o velho, neste momento enfermo. Tentou esquivar-se de nós a troco do conforto que o anonimato lhe traz, mas lhe rogamos muito encarecidamente que falasse de si, do comandante André Matsangaice que se mantém um mito mas de quem pouco se fala, mesmo ao nível da liderança da “perdiz”. Os factos acima, mas a relevância de ele ser agora quem encabeça a família Matsangaice, foram o mote que nos conduziram a esta entrevista, que reputamos um contributo a história contemporânea de Moçambique. Dele ficámos a saber da geonalogia dos Matsangaice, de que subjaz alguma motivação que o movera a voltar-se contra Samora Moisés Machel.
Eis a seguir as partes mais relevantes da nossa conversa:

P (Adelino Timóteo) - Em primeiro lugar gostaríamos de saber quem é Luís Garife Matsangaice?

R (Luís Garife Matsangaice) - O que posso dizer é que não estudei. Meu nome é Luís Garife Matsaingíce, nasci em 1925, a 15 de Agosto, dia da Nossa Senhora, aqui em Manica, em Simbarindenga, mesmo próximo àquele lugar vedado de arame que dispõe de esculturas em tronco de árvores. Aquele lugar ali chama-se Mutchedzu, ou seja, lugar da conversa.

P - Qual é a origem da sua família?

R - Nós éramos quatro: o primeiro era Alberto Garife Matsangaíce, a segur vinha eu (Luís Matsangaíce), depois o André Mathadi Matsangaíce Dyuwayo e o mais novo é Oliveira Matsangaíce. O Nosso pai era Garife Matsangaíce, nascido em Zimbabwe. Vieram para aqui à busca de trabalho, nos anos 1800. Vieram como pastores de gado, para Vila Pery. Aqui ficaram e nunca saíram. A minha mãe é de Vila Pery, Chimoio, Muzungua. Em Zimbabwe temos origens em Mutassa, regulado de Zimbabwe.

P - Como nasce a ideia de resistência em seu irmão?

R - Os nossos bisavôs saíram da Africa do Sul para Rodésia. Aqui o meu avó Matsangaice nasceu. O meu bisavó chamado Mutabula Saungueme saíu da Africa de Sul para Mashonalândia e Chimanimani. Tinha a força dele. O Mutassa fez confusão com Makoni, quando o Mutassa perdeu, pediu o Saungueme para o ajudar na luta contra o Makoni. O Makoni perdeu, o Mutassa ganhou e deu ao Saungueme uma área chamada Tsingue, em Penalonga. Em suma, com a morte do comandante Mutabula Saungueme, passou um tempo até que surgiu o André, que combateu na guerra da libertação. De regresso ele foi afecto ao Dondo, tinha carro, apareceu em minha casa com os seus comandantes e tropas.
André era major, era comandante do paiol do Dondo, tendo então me dito o seguinte: “a pessoa que vai lutar com o Samora, eu vou matar. Tirou um revólver que tinha na cintura e lançou-o no ar e voltou a segurá-lo”. Eu fiquei perturbado. Não sabia o que significava aquele gesto, nem as suas palavras.
Depois de uma semana, eu ouvi que o André ficou preso porque tinha a tropa dele e roubou (parece já se tinha preparado para lutar contra o Samora – afinal ficou evidente que a pessoa que ia lutar contra o Samora era ele). Viemos a saber que ele fugiu. A caminho da Rodésia do Sul (hoje Zimbabwe) antes eles passou por minha casa. Tivemos uma conversa. Eu lhe perguntei: “André, como você irá viajar à Rhodesia? André disse que ia levantar uma guia. Estavam todos, a Polícia e a tropa, à procura do André, mas ninguém foi capaz de apanhá-lo, quando o mesmo André foi a Manica para junto da polícia adquirir a sua a guia-de-marcha.
Devo sublinhar que à saída de Sacuse, em Outubro de 1976, ele juntou os amigos e foram a Rhodesia , onde permaneceram pouco mais de um mês.
A 4 de Janeiro de 1977, às 19.30, o André e amigos voltaram com armas, (deu um naco de carne a minha mulher.)
No dia seguinte às 9h30 foram de machimbombo que saiu de Manica para Chimoio e despararam um tiro. Nunca mais voltei a encontrar-me com ele.

P - Como é que foi após os acontecimentos de 5 de Janeiro?

R - Começou a guerra que durou 16 anos. No dia 5 de Janeiro foram presos 8 membros da família Matsangaice pelo governo – Helena Matsangaice, Vitória Matsangaice, Tomondo Filho, Tomondo Pai, Oliveira Matsanguice Dyuwaio, Teresa Matsangaice, Augustinho. Ficaram 90 dias na prisão.
Depois deste acontecimento, sucedeu o que todo mundo sabe. Em pouco menos de um ano, André Mathadi Matsangaíce tinha sob seu comando cerca de um milhar de novos guerrilheiros em Odzi. A partir de Agosto de 1979, ele instala-se com os seus homens definitivamente em Moçambique. Ele mesmo constitui batalhões de 300, 250 homens, tendo-os espalhando entre Chinete, Mucuti, Mabate, Sitatonga, Muxungue e Chidoco em Manica e Sofala. O quartel-general ou centro das operações estabelece-se na serra da Gorongosa.

P - Quantos anos tinha André Matsangaice quando rebela-se contra o Governo de Machel?

R - Tinha 27 anos na altura, nasceu a 18 de Março de 1950 na Localidade de Chinhambuzi, em Chirara, Distrito de Manica.
André não tinha esposa, morreu no 17 de Outubro de 1979, sem deixar filhos. André é mau e às vezes aparece espiritualmente.

P - Está a dizer que o seu irmão aparece, mesmo depois de morto?

R - Sim, ele aparece e dá ordens. O André foi maluco. Vinga os outros. Às vezes aparece o espírito dele em casa, no hospital. O André aparece como espírito em Tsingue, o que é testemunhado pelos amigos. Não tenho explicação porque tem este espírito.

P - A curta trajectória política de André Matsangaíce está ainda por escrever. Porquê considera o seu irmão de mau?

R - É uma forma de dizer no sentido positivo do termo, pois tinha uma atitude bastante firme e determinada. Era destemido. Ele juntou-se à FRELIMO em 1970, tendo feito os treinos militares em Nachingwea, na Tanzania. Não passava despercebido ao nível da proa dos “camaradas”.
Em Setembro de 1975 foi detido e posto no campo de reeducação de Sacuze. Foi em Sacuze onde André Mathadi Matsangaíce Dyuwayo emergiu como um nacionalista, contestando o marxismo-leinismo, o sistema político então vigente no país. Foi em Sacuse que ele iniciou, corajosamente, só, uma verdadeira guerra de armas. Por causa disto tudo fiquei sem nada. Tive que oferecer um boi ao primeiro governador Moiana (NR.: José Moiana, governador de Manica) para facilitar o processo. A minha esposa morreu na prisão.

P - A essência guerreira vem apenas dos antepassados?

R - Eu tenho uma filha e outros familiares que fizeram parte do CIO, no Zimbabwe. Os nossos familiares sempre foram das tropas. A minha filha escapou ao massacre de Inhanzónia. Ela é malandra, tem 50 anos, e está integrada no exército do Zimbabwe.

P - Porquê o André iniciou a guerra, será que se desentendeu com o Samora Machel?

R - Não sei. Um dia, André veio ter comigo e disse: “não posso trabalhar com pessoas que não deixam outras pessoas trabalhar. Porquê não posso construir uma casa para a minha mãe, ter gado...? Provavelmente era um conflito ideológico.

P - A cada ano comemora-se a 17 de Outubro mais um aniversário do desaparecimento físico de um homem. Neste ano irão passar 29 anos desde o dia em que André Matsangaíce, bandido para uns, herói nacional para outros, morreu. Valeu a pena a guerra desencadeada por André?

R - Até um certo ponto valeu. Porque não eram boas as imposições da guia-de-marcha, a machamba de povo, não permitir que se rezasse nas igrejas.

P - Qual é a religião que professam?

R - A familia Matsangaica é toda católica.

P - Ao pé de Matchezu, um dos factos que constatamos, o senhor Luís está empenhado na formação do homem do amanhã, sendo que o atesta a escola que construiu aqui em Manica. Donde vem esta inspiração?

R - Construí a escola comunitária em 1994, com três salas, um campo de futebol, cinco furos de água e biblioteca, sendo que os alunos – frequentam-na, gratuitamente. Quando comecei a escola tirava o dinheiro do meu bolso para pagar os professores. Mesmo que fosse o dinheiro doado por pessoas próximas, eu nunca lhes disse, mas é com ele que eu pagava salários aos professores.
Estive em tempos na África do Sul, onde aprendi que as crianças precisam de ensino para criar a sua própria vida.

P - Onde estudou o André Matsangaice?

R - André estudou até ao segundo ano do Jéqua, hoje Instituto Agrário de Chimoio (IAC). Ele também estudou ao longo de cinco anos no Zimbabwe.
Era pastor de gado, como qualquer criança que nasce no meio rural. Não gostava de ver os outros a sofrerem, gostava de com os outros partilhar o que ele tinha. Era bom para as pessoas, embora não escondesse algum nervosismo. Tinha um bom coração, não obstante era pouco tolerante.

P - Luís Matsangaice é um velho devotado à causa nacionalista e à formação académica e religiosa das crianças. Tinha consigo um arquivo, que nos exibiu. Havia nele um documento e um jornal do tempo colonial, que atestam as suas obras. E prossegue:

R - Esta é a Carta que um Padre me escreveu, como Ancião da Capela Escola de Revuè, onde sublinha que eu “tenho sido um entusiasta animador da promoção humana e cristã na área da sua escola. A ele se deve em grande parte, a construção da igreja de Revuè. Juntou as suas economias e a muita simpatia que goza entre os africanos e europeus. A ele se deve a plantação de eucaliptos e vários projectos para valorização da sua terra. Homens assim honram o povo de Moçambique e a nossa pátria”, O superior da Missão de Cristo Rei, Jécua, Vila Manica. 20-4-1974.
Ainda sobre mim, há referências no «Notícias da Beira», de 17 de Julho de 1973, que fala da “história singular de um homem simples - Construiu uma capela para agradecer a Deus”. Tentando repetir a odisseia anterior, em 23 de Junho de 1993, como regista o «Diário de Moçambique», lancei-me na aventura para conseguir fundos para construir uma capela para a igreja católica. Realizei uma marcha entre Manica e Beira. Quase não consegui fundos.

P - Chegou a reaver os seus bens que foram tomados pelo Governo após a independência?

R - No 15 de Setembro de 2006 a Assembleia da Republica se comprometeu, através de um ofício, a proceder a diligência junto do Ministério da Educação e Cultura para devolução da infra-estrutura (Capela), que me foi tomada, a qual passou para o controlo da APIE. Estou à espera que isto aconteça e que a Direcção da Educação e Cultura me compense pelos danos.

P - Neste país não é comum que um cidadão invista do seu bolso para erguer um espaço cultural. Queremos que aprofunde sobre a sua real motivação na construção de Mutchedzu, «o lugar da conversa», para que, inclusive, tem disposto de seus meios para mantê-lo.

R - Não tenho nenhuma explicação, mas tinha a impressão que devia fazer assim. Mutchedzu, como nome, talvez signifique uma trapalhada. Daqui para frente iremos ver o significa de Mutchedzu.

P - Vamos insistir com a pergunta. O senhor como uma personalidade experiente arrancou árvores do chão, destroncou-as, esculpiu-as, agora está a pintá-las. Não será tarefa vã. Mutchedzu será um sítio sagrado? O que há lá?

R - Lamento porque não fui à escola. Tenho a antiga primeira classe. Se fosse à escola, o sítio não ficava assim. Mas garanto que não se trata de nenhum tributo nem homenagem ao meu irmão André Matsangaice. O lugar da conversa, não vai ser um lugar onde se encontram os espíritos. Não. Este é um lugar turístico. Há um outro lugar, SIMBAREDENGA, onde se encontra a família e os espíritos.

P - Não muito distante de Mutchedzu está SIMBARENDENGA, que é um lugar onde então viveu a família Matsangaice. É uma área reservada ao direito de admissão, pois o terreno, de 40 hectares, pertence ao velho Luís Matsangaice. SIMBARENDENGA é um lugar envolto numa áurea mística, que reúne uma espécie de cripta em miniatura, com uma portinhola e em seu redor há um sem número de dejectos particulares de Matsangaice. Há pedra de Portugal, moagem manual, pilão, sucata de geleira, carroça de mover à mão. Perguntámos-lhe se não haveria dentro daquela cripta algum pertence de André Matsangaice, ao que o velho respondeu:

R - Não guardo nenhum objecto material, como roupa ou calçado, que me possa servir de lembrança do André. Não tenho nada dele, nem a Frelimo nem a Renamo me entregaram algum objecto pessoal. Às vezes lá vou para conversar com os meus antepassados e progenitores. Mas com o André a conversa tem como palco o sonho, nunca SIMBARENDENGA.

P - Sabe onde é o local onde estão depositados os ossos mortais de André Matsangaice?

R - Nunca encontrámos o corpo do André. Fomos a Gorongosa, mas de balde. A Frelimo queimou o corpo, isto está documentado. Eu tirei terra do sítio onde se deu o fatídico acontecimento e coloquei na biblioteca da escola comunitária.

P - Qual é o seu sentimento sobre a proibição de se erguer uma estatueta do André na Beira?

R - Só Deus saberá.

P - Sofreu mais retaliações por ser irmão do fundador da Renamo?

R - Como lhe disse, o Governo de Machel levou o que eu tinha: a capela, as árvores e a escola que construí mesmo aqui em Manica.
Antes de eu passar a viver aqui requeri nos anos 80 um terreno nesta Vila de Manica, o qual foi indeferido, por causa do meu laço de irmandade com o André. Falei com o administrador então que disse que a posição dos serviços administrativos não era correcta, daí ordenou que me cedessem este talhão cujo nome de registo é “Amor de Cristo”, sendo também, agora, o talhão que acolhe a delegação da Renamo em Manica.
Só muito mais tarde que requeri o terreno onde construí a escola comunitária com três salas de aulas. Aquando da atribuição do talhão, de 40 hectares, me perguntaram onde iria encontrar dinheiro para a construção, ao que lhes respondi: “DEUS há-de dar”. Portanto, já tenho meio caminho andado na construção de nova capela.

P - Qual é o significado do nome Matsangaice?

R - Matsangaice significa torrão de areia que se interpõe entre os dentes, quando se mastiga a comida, e daí, resultando grande barulho.

P - Depois que o seu irmão lançou a semente para a guerrilha, num sistema democrático o senhor Luís Matsagaice acabou sendo deputado. Sente-se um homem realizado?

R - Não me sinto mal. Pelo contrário, quero ver o fruto do sangue derramado. O que falta por concretizar é nós, como Renamo, constituirmos Governo na República de Moçambique. Seria uma forma de acoitar os espíritos daqueles que morreram na guerra de 16 anos. O meu pai foi o homem mais pobre da zona. Agora eu tenho bois e tenho oferecido crias às pessoas para fazerem a sua vida. Como é o caso de Eduardo Mulémbwè, Afonso Dhlakama, entre outros.

P - Acredita que Afonso Dhlakama poderá vir a ser presidente de Moçambique?

R - Tenho a confiança que o Dhlakama vai lá chegar. Não à guerra, pois ninguém mata o outro. Deus há-de ajudar a pô-lo no poder, pois não há injustiça nem mal que perdure por todo o sempre.

P - Como é que vê Moçambique de hoje?

R - Há mudança para aqueles que têm, mas está na mesma para aqueles que nada têm.
Este estado de coisas mudaria se se ajudasse àqueles que nada têm. Apoio é pouco.
Há pessoas que precisam de um pequeno impulso, que se lhes puxe um pouco para realizar os seus sonhos. Rezar faz bem às pessoas porque modifica-as. A escola também modifica-as.

P - Quanto dinheiro deverá ter gasto para construir uma escola – três salas, biblioteca, secretaria, cinco furos de água e latrinas?

R - Nunca contabilizei o dinheiro gasto junto da comunidade. Fiz desembolsos e a comunidade produziu blocos. As despesas hoje são arcadas pelo governo, que paga aos professores, mas não há carteiras para os alunos.

P - Diz que a insatisfação prevalece. Que a Frelimo mantém-se irredutível, manietando os processos para se perpetuar no poder. Acredita que poderá haver uma nova revolução em Moçambique?

R - Poderá haver, porque há muito abuso.

P - Na sua óptica, como irá nascer uma suposta revolução?

R - O abuso sempre continua, o governo não quer alternância, não tem fé que o outro possa subir. O poder económico e político está nas mãos de um punhado da Frelimo. Não pode continuar assim. Há um Tomocene que está atento a este tipo de injustiça e poderá reagir. Mas a nova revolução não irá nascer com a Renamo, que está comprometida com a Paz e democracia.

(Adelino Timóteo) - (*) Pesquisador e jornalista free-lancer


2008-02-05 08:11:00"

Entrevista extraída do Canal de Moçambique.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Houve violação na criação de Brigadas do Recenseamento Eleitoral

COMUNICADO

Com vista a garantir que os moçambicanos exerçam o seu direito de voto nos próximos pleitos eleitorais decorreu de 24 de Setembro à 14 de Dezembro de 2007 a 1a fase do recenseamento eleitoral em todo o país.

Assim, a Presidência do Partido e os Deputados da bancada Parlamentar da Renamo - União Eleitoral pelo círculo Eleitoral da Zambézia em reunião extraordinária analisaram o seguinte:

  1. A evolução da situação política do país;
  2. O processo de recenseamento eleitoral;

  1. Sobre a Evolução da Situação Política do País.

Da apreciação dos relatórios de actividades dos Deputados da Assembleia da República e de alguns Delegados políticos Distritais constatam-se casos de actos de violação dos direitos de liberdades dos cidadãos, bem como a multiplicação de actos de intolerância política, sobretudo nos distrito de Namacurra e Milange, onde membros do Partido RENAMO foram espancados e presos, bem como foram arrancados os mastros e bandeiras da RENAMO, actos perpetuados por membros ligados ao Partido no poder.

  1. Avaliação do Processo de Recenseamento Eleitoral

Ø De 24 de Setembro à 27 de Outubro de 2007 estavam em funcionamento em alguns distritos da província da Zambézia apenas 103 (das 595) brigadas de recenseamento, ficando deste modo sem brigadas os Distritos de Chinde, Gilé, Pebane, Namacurra, Inhanssunge e Nicoadala;

Ø Com excepção do Distrito de Quelimane, muitas brigadas de recenseamento estavam instaladas a mais de 40 km de distância das zonas habitadas, fazendo com que grande número de eleitores possa se deslocar aos postos de recenseamento apenas ao fim de semana ;

Ø Em outros distritos como Murrumbala e Maganja da Costa brigadas móveis percorrem perto de 70 Km de distância para proceder ao recenseamento dos eleitores;

Ø Uma das missões da CNE e do STAE é garantir que os potenciais eleitores obtenham o seu respectivo cartão por forma a estarem habilitados para escolherem os seus legítimos representantes. Todavia, nota-se destas instituições pouco profissionalismo, pouca eficiência e fraca capacidade de resposta no cumprimento do seu mandato, pondo assim em causa a priori, todo o processo eleitoral.;

Ø Fraca formação dos brigadistas sob o pinto de vista técnico por falta de formação dos seus utilizadores as máquinas de registo denotam-se pouco adequadas para o nosso contexto o que torna o processo de recenseamento lento e moroso;

Ø As máquinas de registo apresentam defeitos nomeadamente:

· Captação de imagem;

· Impressão digital;

· Ligação dos PDA´s

· Funcionamento do STAR do MOBIL ID, as máquinas para(va)am de 10 em 10 dias.

· Software mal concebidos cuja consequência foi uma paragem momentânea de todos os computadores, no dia 23 de Dezembro de 2007.

Ø Os fiscais da RENAMO são sistematicamente impedidos de desempenharem o seu papel por parte da polícia da República de Moçambique e, também, por certos agentes ou brigadistas do STAE, numa clara violação ao artigo 4 da lei, 9/2007.

Ø Maior preferência, para o recenseamento, dado aos membros e simpatizantes do Partido no Poder e às suas supostas zonas de influência.

Ø Verifica-se de uma forma geral redução de postos de recenseamento em relação a extensão territorial e o número de potenciais eleitores da Província da Zambézia, isto é, os números de postos ou brigadas de recenseamento estão muito aquém do número de potencias eleitores, como os actuais dados indicam:

Mandatos provisórios do Círculo Eleitoral da Zambézia

No

Círculo Eleitoral

Previsão de Eleitores

Mandatos

01

Cidade de Quelimane

144.622

7

02

Alto Molócue

121.613

6

03

Chinde

74.937

4

04

Gilé

87.481

4

05

Gurue

123.490

6

06

Ile

124.391

6

07

Inhassunge

57.518

3

08

Lugela

62.868

3

09

Maganja da Costa

140.312

7

10

Milange

220.668

10

11

Mocuba

151.352

7

12

Mopeia

45.54

2

13

Morrumbala

160.145

8

14

Namacurra

104.149

5

15

Namarroi

54.659

3

16

Nicoadala

133.183

6

17

Pebane

88.439

4

18

Total

1.895.401

91

Locais de funcionamento dos Postos Eleitorais

No

Distrito

Posto Administrativo

Localidades

Posto de Recenseamento

Zona de Abrangência

01

Cidade de Quelimane

1

1

18

--

02

Alto Molócue

3

12

36

18

03

Chinde

4

15

39

22

04

Gilé

2

14

24

30

05

Gurue

3

17

39

--

06

Ile

2

13

33

11

07

Inhassunge

2

5

15

--

08

Lugela

4

14

27

20

09

Maganja da Costa

5

10

36

28

10

Milange

4

16

61

22

11

Mocuba

4

10

44

2

12

Mopeia

2

8

21

1

13

Morrumbala

5

14

62

21

14

Namacurra

2

10

33

2

15

Namarroi

3

9

22

9

16

Nicoadala

3

8

35

6

17

Pebane

4

15

54

44

18

Total

53

191

595

236

Para toda a Zambézia existem 602 brigadas das quais, 576 fixas e 24 móveis para 1. 895.401 eleitores.

Ø Até o dia 03.12.2007 for a, recenseados 986.434 eleitores (52.04%);

Ø Da análise da 1ª fase de recenseamento eleitoral constata-se existirem muitas áreas da província da Zambézia não cobertas por brigadas fixas (236) o que constitui quase a metade do número de postos de recenseamento das brigadas móveis;

Ø Verificamos com muita apreensão a consequente criação de brigadas móveis de votação situação não prevista na actual lei eleitoral;

Ø Comparativamente aos dados dos recenseamentos anteriores (199 e 2004) há uma subida exponencial de número de eleitores da cidade de Quelimane passando de 10º maior círculo eleitoral da província para 3º lugar;

Ø Os Deputados da RENAMO - União Eleitoral do Circulo Eleitoral da Zambézia consideram que foram sistematicamente violados os artigos 10 do nº 2 (criação de brigadas de recenseamento eleitoral) e 15 (fiscalização dos actos de recenseamento eleitoral) da lei 9/2007 sobre o Recenseamento Eleitoral para a realização de eleições e exigem o seu rigoroso cumprimento na segunda fase de recenseamento eleitoral a ter lugar a partir de 15 de Janeiro de 2008;

Ø Os Deputados da RENAMO - União Eleitoral do Circulo Eleitoral da Zambézia exigem que haja eleitores devidamente inscritos que o recenseamento eleitoral seja abrangente e que se faça uma distribuição proporcional de brigadas e postos de recenseamento eleitoral independentemente dos espaços de influência político - partidária;

Ø Os Deputados da RENAMO - União Eleitoral do Circulo Eleitoral da Zambézia olham com preocupação o facto do Orçamento Geral do Estado, para 2008, não prever nenhuma rubrica/verba para a realização de Eleições provinciais nos prazos previstos pela Constituição da República;

Ø Apelamos para que o Partido no Poder e o Governo moçambicano assumam o seu compromisso com a paz e desenvolvimento e respeitem as regras do jogo democrático pondo termo a escalada de violência política de modo a elevar o espírito de reconciliação nacional entre os moçambicanos e para que junto possamos consolidar a nossa democracia.


Deputados da RENAMO - União Eleitoral Círculo Eleitoral da Zambézia